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O amor e a mídia


A mídia nos ensina que o amor é aquela coisa louca que nos tira do nosso centro, e que acaba no fundo nos trazendo sofrimento. Somos ensinados, desde a infância, que o amor verdadeiro é difícil, nos causa inseguranças, e dores. Os desenhos que a gente assistia, os contos de fadas, os filmes de amor, e até as músicas nos fazem acreditar que amor de verdade é aquele amor impossível que vem acompanhado de muito drama, mas amor não é isso. Amor é muito mais do que isso.

A mídia mostra a paixão, porque vende mais. E, por quê? Simplesmente é o que nos identificamos como amor, porque quando na verdade estamos perto de começar a vivenciar o amor, achamos chato, porque ele vem acompanhado de tédio (que é como enxergamos)mas que na verdade virado do avesso é a paz que a gente tanto procura. Só precisamos mudar o nosso ponto de vista, enxergar com o coração e decidir investir o nosso tempo no amor, em vez de desistir mais uma vez, em busca da ilusão do "verdadeiro amor", que na verdade é a paixão. O que a gente entende como amor, então nada mais é do que a paixão. Mas só o amor é capaz de construir pontes indestrutíveis, histórias reais. E o tempo é o melhor amigo do amor.

É claro que sempre começa com a paixão, mas se a gente desiste depois que aquele fogo passa, nunca viveremos uma verdadeira história de amor, dessas que a mídia nunca nos conta, porque sempre termina em "e eles viveram felizes para sempre". Eu sempre me pergunto porque eles não continuam a história depois do "felizes para sempre"? Porque perderia a audiência, né?

Claro que sim. Nós ainda gostamos do drama, do difícil , do quase que impossível, mas acho que vale a pena a reflexão. Se a mídia impõe esse tipo de situação é porque com certeza, da audiência, e isso significa que gostamos de consumir esse tipo de conteúdo porque é o que nos identificamos, e porque nos identificamos ? Porque simplesmente estamos acostumados com o sofrimento, e quando na relação não tem sofrimento, a gente dá um jeito de criar, ou ficamos no tédio e resolvemos terminar e procurar a próxima pessoa que nos fará sentir o estômago queimando. É gostoso né?

Mas enquanto continuarmos a confundir o amor com a paixão, estaremos alimentando a crenças que nos limitam por séculos. Enquanto continuarmos a procura do próximo entusiasmo, da próxima pessoa que nos fará sentir borboletas no estômago, estaremos longe da nossa evolução. Pois beijos e química são gostosos, mas não te fazem crescer. Eles existem apenas para te conectar à alguém, mas quando todo esse fogo passar, aí sim é que uma verdadeira história de amor terá espaço para atuar.

Ta ok, entendi mas, como podemos mudar isso? É simples. É de dentro pra fora. Cuide de você e tudo mudará. Observe o outro como se o mesmo fosse um espelho e tente se enxergar e se tornar todos os dias, a sua melhor versão. Pois não há evolução sem que você se reconheça, se observe. Tudo o que nos irrita no outro, é na verdade um problema nosso, e não do outro. Ninguém te tira do sério. Você é quem permite alguém te tirar do sério. Você tem escolha. E uma dessas escolhas que mais temos feito, é fugir. Se afastar de quem nos incomoda, ao invés de tentarmos entender o porque certas coisas nos incomodam, e então nos perdoar por tudo o que sentimos, e assim seguir em frente para os próximos desafios dentro de um mesmo relacionamento.

Se você se afasta de alguém, porque não esta conseguindo lidar, ou termina uma relação por esses mesmos motivos, você pode até se iludir achando que afastará aquelas questões de você, mas tenha certeza que tudo isso mora dentro de você, e portanto cada um desses incômodos irão contigo para um próximo relacionamento, seja amoroso, ou mesmo com um amigo, familiar, enfim. Enquanto você não entender, a lição voltará para você. Então o mais importante é que você tente se conhecer um pouco todos os dias. Pois o único caminho para o verdadeiro amor é a autodescoberta. A verdadeira felicidade não esta no outro, está dentro de si mesmo. Então não é sobre a pessoa que você se relaciona, ou sobre estar namorando ou solteiro. É sobre você. O que mora dentro de você, refletirá para você mesmo, através de pessoas que você atrairá para a sua vida, ou situações. Preste atenção nas pessoas e nas situações que você tem atraído e se conheça a partir daí. Faça uma auto análise. O que você acha dessas pessoas? A sua resposta é exatamente o que você esta emanando para o mundo.

BRUNA PINHEIRO


Nossos 2 maiores inimigos: nossa própria mente, e as crenças sociais que controlam a nossa mente. É impressionante, mas até por ter vivido muito de perto o marketing e saber como funciona a publicidade, cada vez mais percebo as influências de crenças tão enraizadas, que nos fazem não apenas perceber que somos controlados pelo que pensamos. E simplesmente pensamos e acreditamos no que um dia ouvimos de nossos ancestrais, na mídia, por aí. Se o amor é incondicional, é estar bem, é sorrir para a vida ao nosso redor, como podemos por tantas centenas de séculos, desde a era de nossos tataravós ou mais adiante, acreditar que para amar é preciso sofrer? Como posso entender que para amar é preciso perder, viver um desafio cheio de lutas e conquistas e jogos de sedução? Isso não me parece amor.

Primeiro que existe uma distinção clara entre o que é paixão do que é o amor de verdade. A primeira foi criada no mundo animal, dentre todas as espécies para fins de reprodução. Você, ou uma onça, se sentem atraídos pelo sexo oposto, e aí começa um desejo, uma sedução para a conquista e o sexo acontecerem. No mundo humano racional, e com a evolução da espécie, nosso módulo pensante nos faz criar uma série de conceitos (novamente destes já vistos em filmes, ou contatos por nossos avós), e que normalmente são falsos, sobre a paixão, como: "amor a primeira vista", "amor da vida", "que o primeiro amor a gente nunca esquece", "de que amor é sofrimento". Primeiramente, todos estes conceitos nada têm a ver com amor. São todas crenças limitantes sobre a paixão. E em segundo lugar, para nós humanos, a paixão é uma ilusão, criada por nossa mente. Ela não dura mais do que dois anos, e serve para estimular a convivência, a admiração, e aí sim conceitos de amor, respeito, convívio e cumplicidade, que levam um casal a se casarem, terem filhos, e continuarem honrando a raça humana.

Não é possível amarmos algo ou alguém que acabamos de conhecer. Portanto, este primeiro estímulo da paixão é formado por fantasias criadas por nossas mentes de um príncipe ou princesa perfeitos. Sentimos a atração, e porque muito queremos sede àquela tentação, logo transformamos este nosso objeto de desejo (a pessoa pela qual estamos encantadas) no ser mais especial, iluminado, fantástico, educado, sensível, e todos aqueles outros atributos que minha mente julgar importante para minha felicidade. E ao longo do tempo, percebemos que não era nada daquilo, e seguimos para a próxima aventura. Ou, se ainda houverem mais razões para seguir adiante, mesmo depois de entendermos que aquela pessoa também acorda de mau humor de vez em quando, ou que ela solta pum, então abrimos espaço para o amor acontecer. E o amor sim, é quando nos despimos da ilusão do que nossa mente gostaria que fosse, e se abre a conhecer um outro ser humano. Um que seja cheio de defeitos, que erram, que tenham dúvidas, que sintam raiva, mas que também tenha um monte de qualidades incríveis e que pode nos encher de alegrias. Amar não é como Shakespeare ou as novelas nos fizeram acreditar, um caminho de dor, de luta, de sofrimento, de uma pessoa até o fim dos tempos que nos faça tremer a cada olhar e reencontro. Se é isso o que você busca, está na hora de repensar suas expectativas, ou passará eternamente buscando o que não pode ser real. Afinal, somos todos seres humanos, cheios de defeitos. E já pensou estar ao lado de alguém tão perfeito que apenas te lembre de todas as suas imperfeições? Seria bem difícil. Amar é ter paciência, quando o casal passa por uma fase difícil, é enxergar os defeitos do outro, mas perceber que você também é cheia deles, e que as qualidades daquela pessoa te fazem a admirar ainda mais do que se irritar, é perceber que a vida não é perfeita, mas que o dia a dia construído a dois pode ser mais prazeroso e divertido. Amar é aprender a perdoar e aceitar o outro como ele é. O amor não são flores, mas é como fez Jesus, dar a outra face para quem te fez sofrer, e aceitar que estamos todos em uma mesma jornada evolutiva. Não busque o caminho fácil de seguir impulsos e desejos, ou um caminho que você possa esconder seus defeitos e acreditar na ilusão da perfeição, ou você ficará eternamente preso na mesma fase do jogo da vida. Busque expandir sua alma e se desafiar, tendo compaixão e aprendendo realmente a amar, depois do "felizes para sempre".

CAMILA CHAGAS

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