Conhecimento guardado não serve pra nada. Quando algo funciona pra gente, não significa que funcionará para todas as pessoas. Mas se o não a gente já tem, quando ouvimos algo que deu certo pra alguém, não custa nada tentar também. O máximo que pode acontecer é não dar certo. Mas, e se der? Não vai doer se você apenas tentar. Essa parte de que não vai doer, nem sempre é verdadeira, porque isso varia de pessoa pra pessoa.
Mas, uma coisa é certa. Quando você limpa uma área de sua vida, você abre espaço pro novo, justamente por ter liberado o velho. Acontece exatamente igual quando liberamos antigos sentimentos, ou padrões de comportamentos. Primeiro você sente a dor de estar liberando, vive o luto, depois fica no vazio, e se permitir ficar no desconfortável desse vazio com paciência, receberá o novo. Mas, nem sempre o novo é o que pensamos.
Quando pensamos em mudanças, em sair da zona de conforto, sempre vamos além. Parece que já estamos condicionados a pensar em se mudar pra uma nova cidade, pra uma casa nova, terminar o relacionamento e iniciar um novo, largar a carreira e se entregar á uma nova profissão. Quando na verdade, as mudanças verdadeira são internas. Se você muda externamente apenas, vai continuar atraindo os mesmos tipos de situações para a sua vida. O mesmo tipo de relacionamentos, de dores, dificuldades, problemas no novo trabalho, iguais àqueles problemas antigos que antes você já vivia.
Agora se você faz as mudanças sábias, que são as de comportamento, o externo muda sem que você precise esquentar a sua cabeça. Você limpa a sua casa, e retira o que não precisa mais. Doa para quem precisa ou escolhe vender. Muda os móveis de lugar, ou pinta uma ou duas paredes para ficar diferente. Insere a meditação em sua rotina, e no vazio, no silencio, começa a enxergar as mudanças internas que precisam ser feitas. E vai fazendo devagar. Você dá um passo de cada vez.
Você escolhe olhar diferente pro seu namorado e percebe quantas coisas bonitas já existia nele mas que você deixou de perceber. Você olha pra sua geladeira e decide que vai preenchê-la com alimentos mais saudáveis e vivos. Você continua se irritando com muitas situações em sua família, mas escolhe a partir de agora agir com paciência e compaixão com cada um, e principalmente com você mesmo. Em sua aula de natação, ao invés de apenas fazer os seus 40 minutos de aula, entende que tá ali por alguma razão maior que você desconhece, e então observa os outros alunos e sorri para eles. No trabalho, tem vontade de entregar muito mais do que lhe pedem, e se você continuar dando o seu melhor para você mesmo, em breve, é muito provável que você tenha seu próprio negócio. E por fazer tudo com muito mais amor, começa a receber clareza do Universo. E cada vez mais, tem menos dúvidas do que quer pra sua vida. E num futuro não muito distante vai começar a ter certeza do porque está aonde está.
Simplesmente nós somos os responsáveis por tudo o que acontece em nossas vidas, embora muitas vezes, não concordemos com essa afirmação. "Eu não queria uma doença como essa em minha vida. Não merecia isso." As vezes, até a doença é a nossa amiga. Ela vem para nos despertar. Mas, se despertarmos através do bem, não precisaremos que ela venha os visitar. Então fiquemos atentos ao que estamos fazendo com nossas preciosas vidas. Sim, uma dor que você carrega do passado pode caminhar com você e se fantasiar de uma doença grave.
Primeiramente, faça uma lista de todas as pessoas que te magoaram um dia, por mais que você sinta que não tem mais mágoas por essas pessoas, simplesmente escreva. Depois, grife as que mais te causaram dor. E em seguida, escreva o que te magoou. O que essa pessoa fez para te deixar tão triste naquela época? Agora você vai escrever uma carta para essa pessoa. Você não vai precisar entregar, claro que não. É um processo só seu. Ninguém nunca vai precisar saber, se assim você quiser. Nessa carta, escreva tudo o que ela te fez sentir. Coloque seu coração. Se precisar falar coisas horríveis pra essa pessoa, sinta-se a vontade. Não tenha medo. O importante é você desabafar tudo o que quiser. E no finalzinho da carta escreva algumas palavras de agradecimento, mesmo que você não sinta vontade. Faça isso para finalizar apenas. Ex: Você não me respeitou. Me traia enquanto eu estava me dedicando somente à nós. E eu me sinto horrível por isso, até hoje. Eu não acredito mais no amor. Você é o culpado por isso. De qualquer forma, obrigada, porque com certeza, essa dor que você me fez sentir, deve ter me feito crescer. Obrigada. Deixo a dor com você. Eu vou seguir a minha vida sem essa dor do passado. Eu acredito no amor."
Em seguida, leia essa carta e veja se consegue encontrar alguns sinais do que pode estar te atrapalhando ainda hoje. No exemplo que eu dei acima, a pessoa não acredita mais no amor porque foi traída uma vez. Concorda que se ela continuar com essa dor, ela nunca mais se abrirá para o amor? Então, é preciso se libertar, para que ela volte a acreditar.
Em seguida, queime essa carta. E deixe as cinzas irem embora pelo ralo. Enquanto a carta queima, faça uma simples oração para essa pessoa. É importante que você não carregue com você essa mágoa do passado, pois isso pode estar afetando a sua vida em áreas que você nem imagina. Deixe ir. Pode doer enquanto você escreve essas palavras. Inconscientemente, você pode não querer que essas magoas se vão, pois já está acostumado a viver com elas. Mas, não deixe o medo o parar. Você pode ficar um pouco desconcertado depois de fazer esse exercício, meio perdido, no vazio. Simplesmente permita esse vazio acontecer. Se você permitir esse vazio por um tempo, estará então, pronto para receber.
Você viveu uma vida acreditando no que essas pessoas de sua lista te disseram sobre você, e isso te moldou até aqui. Mas, ninguém nunca esteve certo sobre você. Imagine agora mesmo, se libertar de tudo o que te fizeram acreditar sobre você mesmo? Consegue imaginar todo o potencial disponível para você agora? Você é livre. Vá! O que está esperando para fazer a sua lista e transmutar as suas dores?
Bruna Pinheiro
É muito difícil conseguirmos manter sempre o controle. Conseguirmos numa discussão em que vem a raiva, conseguirmos conseguir nos colocar no lugar do outro, sermos empáticas ao ponto de entender que 99% das vezes em que existe uma briga, somos o canal de comunicação da outra pessoa, em quem ela despeja uma série de sentimentos com os quais não está conseguindo lidar, mas que não somos necessariamente o alvo. Na hora da raiva, as pessoas dizem muitas coisas que não gostariam, ferem porque estão feridas, e acham que de uma forma ou de outra, isso pode amenizar suas dores. Muita gente acha que ao fazer o outro sofrer, diminuiremos aquilo que estamos sentindo. A alegria do outro muitas vezes incomoda, quando estamos tristes. E por isso, muitas vezes as pessoas nos atacam gratuitamente, e ainda colocam a culpa de suas atitudes em cima de nós; mais uma vez porque estão tentando arrumar cúmplices e aliados para sua própria dor.
Isso é ainda mais comuns com as pessoas que estão mais próximas, as quais muitas vezes usamos de espelho para o que estamos sentindo. Normalmente, o que mais nos incomoda no outro, são os defeitos que temos também, que vemos escancarado no outro, e não sabemos mudar. E ver aquele defeito escancarado na nossa frente, muitas vezes nos dará repulsa, incomodo, e tentamos nos livrar daquele sentimento de qualquer forma. Muitas vezes atacando o outro. Você já viu casos de filhos que atacam seus pais por serem isso ou aquilo? Ou pais que fazem o mesmo com seus filhos? Na verdade, existe uma possibilidade muito grande de estarmos reproduzindo padrões que não gostamos em nossos pais, justamente em amor a eles, ou porque precisamos enfrentar determinada característica, e acabamos não aceitando isso no outro.
Se estamos falando de um amigo, ou parente mais distante, quando nos magoam, provavelmente daremos um jeitinho de nos retirarmos da situação e nos afastarmos do problema. Tentando fugir ou cobrir aquela situação com o tapete. Mas se aquela dor existe em você, quando outra pessoa fizer o mesmo, você voltará a sentí-la. Já se aquele ataque não for um motivo de mágoa para você, dificilmente irá te afetar ou te tirar do controle. E aí sim, a outra pessoa que parecerá sozinha descontrolada. E tentando te afetar com algo que não irá te incomodar. É natural quando alguém nos magoa, nosso mental tentar juntar justificativas do quanto aquela pessoa é cruel ou sacana, por ter feito tudo aquilo. Sairmos falando por aí tudo o que tem nela que nos faz nos sentir dessa forma. A tendência é nos vitimizarmos, colocando toda a culpa em cima do outro. Excluindo toda nossa auto responsabilidade. Mas antes de permitir que a dor aumente, que você reaja ainda pior que seu colega, ou que você somatize essa dor, numa outra circunstancia parecida mais para frente, tente perceber alguns pontos.
Primeiramente, se aquilo te magoou ou afetou, é porque existe algo dentro de você pedindo atenção e cuidado. O que existe em você que pede para sair? Em segundo, tente entender que aquela pessoa te atacou por algum motivo. Qual é a dor ou mágoa que ela sente para ter precisado te magoar? Mesmo quando somos traídos num relacionamento amoroso, saiba que a outra pessoa que trai que trás com ela algum tipo de insegurança, dor ou falta de auto conhecimento, para precisar fazer aquilo. Não é sobre nós, mas sobre o outro. A tendência é nos vitimizarmos e acharmos que não somos suficientes, ou que somos piores, nos comparamos, nos rebaixamos e aí vem aquela bola de neve. Quando simplesmente, seu parceiro pode estar passando por alguma carência em se conhecer, em buscar sua própria integridade e precisar suprir isso buscando fora do relacionamento, e indo mais longe, fora de si próprio. Ao invés de tentar entender que existe uma falta nele, que ele deveria entender para suprir. Então quem magoa, sente dor. Tente entender isso, que talvez você perceba que simplesmente é um canal pelo qual a pessoa está tentando se manifestar. E muitas vezes até, pedindo sua ajuda. \\
Ninguém tem sangue de barata, e entendo que seja difícil ter auto controle quando cutucam sem nenhum cuidado nossas feridas. E quem nos conhece pode fazer isso com maestria. Mas te ao menos tentarmos nos acalmar antes de retrucar, e compreender que aquilo pode ser um pedido de ajuda, sofreremos menos, e entraremos menos em conflitos. Se ainda, usarmos tudo isso ao nosso favor, listarmos as pessoas que nos magoaram, e como magoaram, e fizermos uma auto análise do que nos falta, e o porque nos permitimos nos sentir magoada, talvez a longo prazo, essa avaliação nos ajude a perceber nossas dores, e a cura-las. Pense nisso.
Camila Chagas
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